- Não era pra ter sido assim, era?
- Você acha mesmo que eu queria uma coisa dessas?
- É. Você tem razão. Na verdade, tudo isso foi um erro.
- Exatamente. Um grande erro.
Silêncio.
- Foi um erro desde o começo?
- Claro que foi. Eu me arrependo amargamente.
- Nossa, eu fui tão péssimo marido assim?
- O pior que eu poderia ter tido, acredite.
- Você também não foi um terço do que eu imaginei que seria.
- Bom saber que a decepção foi recíproca.
Silêncio. Profundo silêncio.
- Eu posso ficar com a foto do porta-retrato dourado?
- Ué, por que isso agora?
- Ué, não posso levar uma recordação do meu primeiro casamento?
- E passa pela tua cabeça casar de novo?
- Por que não?
- Tem razão. Eu também penso em casar novamente.
- Ah, é? Legal.
- Também acho.
- Então, posso levar a foto?
- Pode. Não vai fazer falta mesmo.
- Obrigado.
Silêncio.
- Sabe que eu acabei de lembrar daquela música do Chico? Como se chama mesmo? Você ouve-a bastante. Fala do disco do Pixinguinha...
- Sei. Trocando em miúdos.
- Exato. Parece com essa noite, né?
- É. E é uma pena. É uma música muito triste. Linda, mas triste.
Silêncio.
- Nós não éramos sempre assim, éramos?
- Não, não. Nós tivemos ótimos momentos, lembra? Eu me lembro bem deles.
- Eu também lembro.
- Eu te devo desculpas. Nós não fomos um erro. Falei sem pensar.
- Eu preciso me desculpar também. Você não foi um péssimo marido, pelo contrário, eu que estraguei tudo com as minhas paranóias.
- Ah. não mesmo. Você foi a melhor esposa do mundo. Vai ter mais sorte com o próximo casamento, tenho certeza.
Silêncio.
- Eu não quero casar de novo.
- Bom, nem eu.
Silêncio.
- Você não precisa ir embora assim. A casa também é tua, e tá muito frio lá fora.
- Melhor, amanhã eu arrumo um lugar pra ficar, pode ser? Vou ser rápido, prometo.
- Exatamente. Amanhã.
- Pois é.
Silêncio.
- Sabe, eu não quero que você vá.
Silêncio.
- E eu não quero ir.
- Ótimo. Melhor pra nós dois.
- E pra foto, que não vai sair do lugar.
- Haha, verdade.
Silêncio.
- Estamos indo contra a música do Chico.
- Porque o nosso acerto é ficarmos juntos.
Palloma Soares.
- Você acha mesmo que eu queria uma coisa dessas?
- É. Você tem razão. Na verdade, tudo isso foi um erro.
- Exatamente. Um grande erro.
Silêncio.
- Foi um erro desde o começo?
- Claro que foi. Eu me arrependo amargamente.
- Nossa, eu fui tão péssimo marido assim?
- O pior que eu poderia ter tido, acredite.
- Você também não foi um terço do que eu imaginei que seria.
- Bom saber que a decepção foi recíproca.
Silêncio. Profundo silêncio.
- Eu posso ficar com a foto do porta-retrato dourado?
- Ué, por que isso agora?
- Ué, não posso levar uma recordação do meu primeiro casamento?
- E passa pela tua cabeça casar de novo?
- Por que não?
- Tem razão. Eu também penso em casar novamente.
- Ah, é? Legal.
- Também acho.
- Então, posso levar a foto?
- Pode. Não vai fazer falta mesmo.
- Obrigado.
Silêncio.
- Sabe que eu acabei de lembrar daquela música do Chico? Como se chama mesmo? Você ouve-a bastante. Fala do disco do Pixinguinha...
- Sei. Trocando em miúdos.
- Exato. Parece com essa noite, né?
- É. E é uma pena. É uma música muito triste. Linda, mas triste.
Silêncio.
- Nós não éramos sempre assim, éramos?
- Não, não. Nós tivemos ótimos momentos, lembra? Eu me lembro bem deles.
- Eu também lembro.
- Eu te devo desculpas. Nós não fomos um erro. Falei sem pensar.
- Eu preciso me desculpar também. Você não foi um péssimo marido, pelo contrário, eu que estraguei tudo com as minhas paranóias.
- Ah. não mesmo. Você foi a melhor esposa do mundo. Vai ter mais sorte com o próximo casamento, tenho certeza.
Silêncio.
- Eu não quero casar de novo.
- Bom, nem eu.
Silêncio.
- Você não precisa ir embora assim. A casa também é tua, e tá muito frio lá fora.
- Melhor, amanhã eu arrumo um lugar pra ficar, pode ser? Vou ser rápido, prometo.
- Exatamente. Amanhã.
- Pois é.
Silêncio.
- Sabe, eu não quero que você vá.
Silêncio.
- E eu não quero ir.
- Ótimo. Melhor pra nós dois.
- E pra foto, que não vai sair do lugar.
- Haha, verdade.
Silêncio.
- Estamos indo contra a música do Chico.
- Porque o nosso acerto é ficarmos juntos.
Palloma Soares.
10 comentários:
Nuuus, chorando OceanUs PacificUs aqui, garota muito legal! Super envolvente, e emocionante! Pra mim, vc quis dizer que o amor é mais forte que tudo, discussões, problemas... E que uma boa conversa resolve tudo, até mesmo os casos mais perdidos! Fiquei lisonjeada por ter lido!
Parabens! Otimo mesmo!
Lindo texto!!!!
Poético e tanto intenso...
A os casais da minha dura realidade,,,
Não só retribuindo a visita no "Diversidade", mas também, visitando teu espaço e achando maravilhosos textos por aqui!,,,,
Beijos flor!
aaaah, tô seguindo
Inté
que liindo isso amoorziinho
liindo mesmo
magiina seu blog éé lindo e seus post são perfeitoos
*-*
Um grande beijoooo
te admirOo'
Por: Bruh
Obrigado pelo post.
Pela opinião única e intensa, e por ser do Ceará. =)
Passarei mais aqui, e irei seguir seu blog. Ok mocinha?
Nossa*-*
muitocute, sério, adorei!
Paah, sempre adoro o que você escreve!
Juro que fiquei imaginando os personagens em uma cena de filme, novela ou sei lá o quê!
Sempre vale dar mais uma chance quando ainda existe amor!
"Com licença, eu posso entrar? Eu sei que a casa também é minha, mas ela já tem tanto de nós que nem me sinto mais à vontade pra chegar assim sem avisar, sem marcar hora, sem ao menos um prefácio. Não é fácil." [Maíra Viana]
Lindíssimo, as pessoas esquecem do amor e deixam as brigas ficarem maiores do que tudo, mas se pesarem as coisas boas verão que vale a pena ficar junto(eu vi desse jeito hehe) Vc escreve super bem sou seguidora viu!
:**
Ai, eu acho tão triste quando um casal fica unido tão somente pelo seu passado, querendo reviver o amor. .-. A vida é pra ser vivida, e não revivida (quem diz isso? hum). Isso é conformismo e mais sei-lá-o-quê, só não é amor...
Texto bem atual, Alex, e você escreve bem demais, parabéns!
:*
De cabeça quente nada se resolve.
Nos errps sempre persiste a saudade.
Lindo,Clarice!
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