sábado, 29 de janeiro de 2011

(...)



O semeador, Van Gogh.


Se por vários momentos tudo parece bem, basta apenas um minuto pra que tudo mude, tudo desmorone.
Se tua felicidade irradia, contagia, te move, tua tristeza é assim, introspectiva, calada, te deixa parada.
Não é algo que valha reparar, não é algo que vão lhe perguntar.
Esses olhos silenciosos, vazios, cinzas, sem nada mais a acrescentar.
Essa dor que te aperta, te rasga, te faz gritar.
Grito esse que não existe a não ser em sua mente, voz silenciosa.
Todos ao seu redor, nada ao seu redor, barulho, silêncio, vazio.
Essa sua mente que prega peças, engana, brinca.
Felicidade geral, vida plena?
Se apenas consegue sentir quando não estás feliz?
Vazio que nunca se transforma em cheio.
Poço fundo, talvez não tenha um fim. Como subir se não acabou de descer?
Como sumir se lhe falta aparecer?

Mãos vazias, cheias de coisas pra fazer.
E essa dor, que não se cansa de aparecer?
E esse amor, que já desistiu de tentar te convencer?
Cada vez maior, cada vez menor.
Maior a fome, o buraco.
Menor a vontade de alimentar.

O sol amarelo, as folhas verdes, tudo em sua perfeição e sintonia.
Se não se sentes parte disso, então o que seria?
Se a vontade de andar de repente partisse e ficasse cada vez mais difícil?
Cenário lindo, perfeito, magnífico.
Mas me diga: quem entenderia?
Digo-lhe com certeza: eu não seria.

- [Minha querida] Bruna Figueiredo

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