sexta-feira, 5 de março de 2010

Quatro mais um é mais que cinco.


Acordei hoje e percebi que o tempo tem corrido tão depressa! Tão depressa! Eu tenho medo de não guardar todas a coisas do meu dia, eu continuo anotando, eu continuo esquecendo. E o meu relógio numa pressa indizível! Só ele parece ter um motivo estranho em não querer sossego. Mas eu sei a razão disso, creio. Ah, existiram dias que demoravam a passar! Pior, existiram dias iguais, sempre iguais. Incansáveis em sua previsibilidade e doloridos em sua indiferença. Algo, no entanto, veio num rompante e me assombrou. Assustei-me pela segurança que me passava, pelo brilho que possuia, pela pretensão de estar presente e destruir os meus dias de apatia. E, depois que a revolução passou por mim, o que se revoltou foi o tempo! São as consequências, e eu as aceito de bom grado. Afinal, é para matar o tempo que todas as revoluções acontecem. O nosso maior inimigo é o relógio, que nos oprime, e nós mesmos, que não nos permitimos. Meus dias nunca foram tão breves, nem tão encantadores. Eu só não posso deixar de escrever, de anotar. Eu quero gastar tempo em guardar o tempo, perdendo tempo, mas vivendo-o as vezes que ele me permitir. Os dias passam depressa, mas o meu coração não tem pressa em sentir, por isso bate tão preocupado em lembrar.

~ Palloma Soares.

5 comentários:

Lnmoi disse...

Tic-tac, tic-tac.

Alá o tempo passando!

Jéssica disse...

"Enquanto o tempo acelera e pede pressa
Eu me recuso
faço hora
vou na valsa
A vida é tão rara"

(Paciência -Lenine)

Guilg7 disse...

é a eterna pressa em seu tempo: o + acelerado possível.

Guilg7 disse...

p.s. vc é de fortaleza. vi no seu twitter....é bacana encontrar gente como vc,que é da terra.

vlw

lagartaandante disse...

Sabe,essas entrelinhas,parecem o meu agora de ontem.
*saudades.